O Amor ao Amor:
O Príncipe Feliz
O Rouxinol e a Rosa
O Príncipe Poeira e a Flor da Cor do Coração
Nesse texto eu poderia falar sobre a peça de teatro O Príncipe Poeira e a Flor da Cor do Coração em sua forma e construção narrativa e dramática: eu poderia argumentar que há fragilidades na construção dos personagens secundários e do enredo que os envolvem, por exemplo. Mas o coração da história, aquilo que pulsa e estabelece a conexão humana com o leitor da peça está lá e o impacto emocional é bastante evidente pela forma com que não só eu, mas outros amigos com quem partilhei essa leitura, reagimos a essa leitura.
Sendo assim, decidi por uma abordagem diferente. Reli os três textos: O Príncipe Feliz e O Rouxinol e a Rosa, ambos contos do Oscar Wilde, e O Príncipe Poeira e a Flor da Cor do Coração de Saulo Sisnando, buscando o que cada um deles tinha que poderia ser entrelaçado numa trama única, como uma tapeçaria... E há, sim, algo de delicado nesses textos, a presença de um amor profundo ao amor em si, pessoal, mas “transferível”, pois o amor pode (poderia) ser o elemento de conexão entre todos nós e por todos nós na nossa experiência terrena. E daí surgiram algumas frases e um desenho... As frases não são propriamente um poema, o desenho não é mais que um esboço, mas mesmo assim, sinceramente, fiquei feliz com o resultado.
Não é um texto reflexivo, mas uma elaboração pessoal da minha vivência.
(A
seguir, reproduzo o texto, caso a letra estilizada dificulte a leitura.)
Texto da imagem:
Rubra rosa em sangue tingida
e em azul safírico delicado
ilumina o vulnerável amor
que ama, que ama, que ama...
E porque amam em profundidade
dilaceram-se, despedaçam-se
os belos rouxinol e andorinha
em melodia e liberdade,
os ternos príncipe e poeira
em pesar e poesia...
(Stella Montalvão)
Referência
SISNANDO, Saulo. O príncipe poeira e a flor do coração. Texto digitado. Rio de Janeiro, 2019.
WILDE, Oscar. Histórias para sonhar: O gigante egoísta, o príncipe feliz e o rouxinol e a rosa. Tradução de Thalita Uba. São Paulo: Principis, 2021.