quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Paulo Coelho, Coca-cola e Fanta...
Recebi de uma amiga um e-mail em que ela reproduzia uma frase de Paulo Coelho:" Se eu fosse um refrigerante, seria uma Coca-cola." e questionava o fato de ele ser membro da Academia Brasileira de Letras. Além disso, ela também me enviou um texto de um blog (não sei qual) cujo título é "Essa coca-cola é Fanta!", questionando declarações que ele deu a respeito de sua sexualidade.
Bem, algumas consideração que fiz para ela é repito aqui:
Não sou fã do Paulo Coelho, não. Considerando que sou professora de Literatura Contemporânea, vejo o material dele como muito fraco. Mas...
- estar na Academia Brasileira de Letras não quer dizer sinônimo de qualidade literária. E veja bem, não estou criticando a Academia, não. Se vc for olhar a história da Academia desde a sua fundação, vai ver que muitas vezes foram eleitas pessoas que não eram nem escritores de literatura... O espaço da Academia nasceu como um fórum de discussões daqueles que influenciavam a sociedade de alguma foram através da palavra. E, nesse sentido, penso que, com ou sem qualidade, Paulo Coelho, por sua projeção mundial, merece seu lugar;
- sinceramente, correndo o risco de ser tachada de "politicamente correta", não sou fã desse tipo de comentário a respeito da sexualidade alheia. Acho uma invasão de privacidade, ainda mais quando é usada para denegrir a imagem de alguém, seja ele Paulo Coelho ou Joãozinho das Candongas... Tá, ele falou disso na entevista, no livro, mas as preferências sexuais dele ou sua indecisão, sei lá, não me afetam em nada;
- já a afirmação dele de que seria uma coca-cola, considero pretencioso, mas até isso é uma questão de ponto de vista, não é?
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Finalmente , a Psiquiatria Repensando a Si Mesma?

Acabo de ler uma entrevista na "Revista Isto É" dessa semana que achei muito interessante e recomendo a todos: Hermano Tavares, psiquiatra, médico do hospital das Clínicas em São Paulo fala de uma nova abordagem no campo da psiquiatria, a Psiquiatria Positiva. Essa entrevista pode ser lida na íntegra no site da "Isto É": http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2022/artigo97775-3.htm
Dois trechos me chamaram especialmente a atenção, os quais reproduzo aqui:
"Um estudo conduzido pela USP na Grande São Paulo mostrou que 48% da população teve um diagnóstico psiquiátrico ao longo da vida. É o habitual em qualquer grande centro urbano. Inclui tabagismo, alcoolismo, depressão e ansiedade. Depois, vem compulsão por jogo, transtornos alimentares, esquizofrenia, entre outros."
Quantas pessoas a serem discriminadas por terem ido ao Psiquiatra, por serem "malucas", por serem" desajustadas"... Muitas vezes me pergunto quanto tempo ainda será necessário para que as pessoas compreendam que qualquer um está sujeito a, pelo menos um momento na vida, precisar de ajuda médica para superar distúrbios neurológicos e/ou neuroquímicos, como é o caso da depressão, bipolaridade, esquizofrenia e outras tantas patologias, sem que isso as desqualifique como seres humanos responsáveis e capazes?
"Temos tratamentos com antidepressivos (que são antidepressão), com ansiolíticos (que são antiansiedade) e com antipsicóticos (que são antipsicose). Mas combater a psicose não garante a racionalidade. O tratamento ideal é antidepressivo e pró-felicidade, ansiolítico e pró-serenidade e antipsicose e pró-racionalidade."
Mais do que somente medicação, quem vai a um psiquiatra precisa de clareza quanto à razão de sua doença e a necessidade de de mudar seu estilo de vida, sua visão de mundo... E devia ser o psiquiatra o primeiro a ter essa consciência...
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Dislexia, eu?!

Como professora por muitos anos em Ensino Fundamental, Médio e Superior, deparei-me diversas vezes com alunos que eram tachados de "burros", "atrasados", "preguiçosos", casos considerados "perdidos". Mas bastava ler o texto do aluno e conversar com ele para perceber que, na verdade, havia uma possibilidade muito grande de serem apenas casos de dislexia não diagnosticados. Infelizmente, a desinformação é muito grande em relação à doença. E, várias vezes, pude notar o triste fato de que muitos deles realmente se achavam "burros", "atrasados", "preguiçosos", pois haviam interiorizado o discurso de "incompetência" a ele dirigido por parte dos pais, professores, colegas...
Assim, no sentido de colaborar com a divulgação de informações relevantes a esse respeito, reproduzo aqui uma entrevista em publicação de uma escola brasiliense chamada Ciman, datada de junho de 2007::
Disléxico: você deve conhecer um...
O que é dislexia?
Hoje em dia, temos várias opiniões diferentes, mas a dislexia, em si, é um distúrbio da leitura que tem como conseqüência as trocas na escrita e a dificuldade na matemática (a descalculia). São problemas que afetam a motivação, a atenção. A parte cognitiva é preservada — a criança tem uma inteligência reconhecidamente normal. Os estudos, hoje, estão voltados para a descoberta dos motivos que levam a esse distúrbio. Está comprovada a deficiência neural, mesmo. Sabia-se que o distúrbio vinha do lado esquerdo, o parietal. Hoje, já se sabe que o lado temporal do cérebro, responsável também pelas funções do parietal, pela leitura e a escrita, é maior que o esquerdo. E que a incidência é muito maior nos meninos do que nas meninas.
Existe uma explicação para isso?
Não existe uma explicação certa. Pelas pesquisas, a demanda maior nos consultórios vem dos meninos. Agora, se analisarmos o desenvolvimento dos meninos e das meninas, perceberemos que as meninas se desenvolvem mais rapidamente, até pelo brincar delas, que estimula muito o motor fino — responsável pelo desenvolvimento do pegar, da atenção, do escrever. O menino começa muito pelos movimentos amplos. Observamos que a menina tem uma estimulação maior.
Como se diagnostica a dislexia? É um problema hereditário?
É hereditário. Estão comprovadas alterações nos cromossomos 6 e 15. O neurologista Albert Galaburda também comprovou a existência de células fora do lugar, chamada de ectopia, e células com funções diferentes, que chamamos de displasia. A dislexia já é um distúrbio neurologicamente diagnosticado. Agora, se você se liga apenas nesse aspecto relacionado à saúde, acaba não vendo a criança no contexto em que ela está. A dislexia pode ser provocada por outros fatores, como um problema no processamento auditivo, por exemplo. É preciso avaliar todos os pontos.
Então, não é uma avaliação simples.
Não podemos ver a criança como "o disléxico". Precisamos percebê-la como um todo. Todas as relações dela precisam ser consideradas: as relações com os pais, com a escola, com os amigos, o contexto. Temos de acompanhar o desenvolvimento da criança desde o tempo zero. Como foi a estimulação de
Essas questões podem determinar o grau de comprometimento?
Podem. Tanto que há a dislexia de leve a severa. Se formos nos avaliar, é possível que detectemos alguns itens da dislexia em nós mesmos.
Antigamente, a criança que não se desenvolvia bem na escola era tida como preguiçosa. E, hoje, quando é considerada a dislexia?
Não existe criança preguiçosa. Algo está acontecendo para que ela não esteja respondendo. É por isso que temos de buscar os fatos. Pode ser uma questão emocional, pode ser orgânica, pode ser um distúrbio como a dislexia ou o TDAH. A confusão entre letras com sons ou formas similares ("P" e "B"; "V" e "U"), sílabas ou palavras, inversões, dificuldades na leitura, contaminação de sons podem ser sinais de dislexia. Uma criança que lê com dificuldade, pula palavras, tem seu poder de interpretação comprometido pode levar as pessoas a acharem que ela não está prestando atenção. O disléxico não consegue ler o que ele não consegue formara imagem na cabeça.
Quanto tempo leva para se fazer um diagnóstico de dislexia?
A criança tem de passar por um psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo, tem de ser encaminhada por um neurologista. Só assim é possível chegar a uma conclusão. Em caso contrário, qualquer um que apresente algum desses distúrbios pode ser considerado disléxico.
Registros históricos levaram especialistas a crer que Einstein, Leonardo da Vinci, Wiston Churchill e Walt Disney eram disléxicos. Famosos como Tom Cruise e Whoopi Goldberg se declararam disléxicos. Existe alguma relação do distúrbio com a genialidade?
Não há nada comprovado. Mas são personagens que venceram suas dificuldades. Veja Tom Cruise. Quem lê os textos para ele é a secretária. A dislexia não impediu que essas pessoas fossem bem sucedidas em seus objetivos. Mas não significa que um disléxico precise ser um gênio.
Dislexia tem cura?
Não. Mas a terapia ajuda o disléxico no processo de organização do seu pensamento. Pais, terapeutas e escola trabalham juntos para adequar a criança ao mundo. Com essa ajuda, ela vai encontrando os próprios caminhos e se adequando. Cada um vai encontrando as soluções para suas dificuldades, assim como Tom Cruise fez. Outros, na hora da escrita, usam o computador para que o corretor ortográfico aponte os erros. É uma forma de driblar as trocas no momento da escrita. Eu desenhava um relógio no pulso dos meus pacientes para ajudá-los a lembrar a direita e a esquerda.
Como precisa ser a relação entre a escola e o aluno disléxico?
É preciso que os professores estejam preparados para receber esse aluno. Palestras e grupos de estudos sobre o tema são atividades importantes que a escola precisa estimular para que os profissionais que lidam diretamente com o aluno saibam fazer isso. É muito fácil a escola chamar os pais e dizer: "Ele não está acompanhando". E o papel da escola, como fica? Antigamente, a dislexia era um terror. Hoje, sabe-se que existem formas diferentes de trabalhar com a criança.
E os pais, como devem agir?
É importante que os pais falem com o filho sobre a dislexia, mas sem tachá-lo, ou a criança pode se sentir "o disléxico". Já tive paciente a quem fui perguntar o nome e ele respondeu: "sou disléxico". É como se ele me dissesse: "Eu não me autorizo mais, quem está me autorizando é o meu distúrbio". Esse rótulo é algo que afeta a auto-estima, que já é prejudicada por perceber que não está conseguindo o mesmo que os colegas conseguem. A relação tem de ter como base a ajuda, o companheirismo, mas sem relaxar.
Como deve ser a exigência com essas crianças?
É preciso limite na cobrança. Não adianta pedir, por exemplo, para a criança ler duas páginas. O certo seria pedir ela para ler um parágrafo, interpretar, depois prosseguir. Às vezes, no afã de ajudar, os pais atrapalham. Tudo é um caminhar. Não é fazer por ela, mas fazer com ela.
Como dever ser a avaliação do aluno?
O tempo que é colocado para a criança fazer a prova não pode ser o mesmo para um disléxico. Há momentos em que ele vai precisar da interferência de um leitor para ajudá-lo. A prova oral, por exemplo, é o tipo de avaliação mais indicada. É preciso ter em mente que o importante é saber se o aluno apreendeu o conteúdo. Se, para descobrir isso, for necessário fugir do lugar comum da prova convencional — para reduzir a carga, a pressão sobre ele e deixar o pensamento fluir naturalmente —•, assim deve ser feito.
terça-feira, 22 de julho de 2008
Medo e Outros Monstros...

A maioria que se aproxima só fala do medo que teria de tomar as decisões que venho tomando... Como se eu não tivesse medo. É claro que tenho. O medo é importante para que possamos ser prudentes, ter o pé no chão quando decidimos fazer algo, ponderarmos... Mas não quero viver o medo paralisante, aquele que não vai me deixar ser o que eu sou, ser o máximo que eu puder ser...
Quero dar esse exemplo a meus filhos. Quero que eles sonhem mais alto, não em questão de dinheiro, posses ou poder. Quero que eles sonhem mais alto no que eles são capazes de fazer nesse mundo, no que eles são capazes de produzir de extraordinário, de singular, de único. Quero que eles exerçam o máximo da capacidade deles de ser! Basta de mediocridade!
E é por isso que eu preciso saber que fui lá e tentei, fiz acontecer... Pois como disse Gandhi: "Acreditar em algo e não vivê-lo é desonesto."
Mulher...
Deficiências e Outras Mentiras...
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui..
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus. (Renata Villela)
MUITAS PESSOAS SE ACHAM ESPECIAIS EXATAMENTE PORQUE SE VÊEM COMO "NORMAIS", OU SEJA, COMUNS, IGUAIS AOS OUTROS, SÃO O QUE SE ESPERA QUE ELAS SEJAM... E TRATAM ÀQUELAS QUE ELAS VÊEM FUGINDO AOS PADRÕES IMPOSTOS COMO ALGUÉM QUE PERTENCE A UMA SEGUNDA CATEGORIA.
PRIMEIRO, É SEMPRE BOM LEMBRAR QUE TODA DISCRIMINAÇÃO É BASEADA NA DIFERENÇA E NA COMPARAÇÃO COM O PADRÃO, O QUE FAZ DE TODOS NÓS, SEM EXCEÇÃO, PASSÍVES DE SOFRER ALGUM TIPO DE PRECONCEITO, AFINAL, O SER HUMANO QUE ATENDE A TODOS OS PADRÕES SIMPLESMENTE NÃO EXISTE!
EU SOU PORTADORA DE UMA DOENÇA CRÔNICA CHAMADA BIPOLARIDADE. ESSA DOENÇA É UM DISTÚRIBO NEUROQUÍMICO QUE, QUANDO NÃO TRATADA, AFETA O HUMOR. NO MEU CASO, POR EXEMPLO, TOMO MEDICAMENTOS DIARIAMENTE, TENHO UMA VIDA NORMAL E ENCONTRO-ME TOTALMENTE ESTABILIZADA.
HÁ UNS MESES ATRÁS, DEPAREI-ME COM A IGNORÂNCIA DE UMA PESSOA QUE EU CONSIDERAVA AMIGA E QUE DESCOBRI SE ACHAVA MELHOR DO QUE EU PORQUE ERA "NORMAL"... ELA PENSA QUE PORQUE SOU PORTADORA DESSA DOENÇA, SOU ALGUÉM QUE VOU SER CARINHOSA NUM MOMENTO E GROSSEIRA NO OUTRO, QUE SOU, ENFIM, UMA "DOIDA"!
CERTO. NÃO VOU COMPARAR MINHAS REALIZAÇÕES PROFISSIONAIS E ACADÊMICAS COM ELA, PORQUE SERIA COVARDIA. NÃO VOU APONTAR PRA ELA AS MIL VEZES EM QUE FUI AMIGA, SOLIDÁRIA E LEAL...
QUE A VIDA DELA A ENSINE...
EU ESTOU OCUPADA, VIVENDO INTENSAMENTE A MINHA VIDA!
Em tempo:
O poema que se tornou conhecido com o nome de "Deficiências" ou "Dicionário do Quintana" é na verdade a parte final de um texto redigido pela professora Renata Vilella, da escola Flor Amarela. As frases da professora ("Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, etc.") foram rearranjadas em forma de versos e acabaram se tornando um libelo contra o preconceito. Mas Quintana jamais escreveria algo parecido. Hoje a professora luta para ver sua autoria reconhecida, mas esbarra na teimosia costumeira de quem ainda confia cegamente na Internet. Na seção "Notícias On-line" do site da escola, ela comenta: Há meses recebi um e mail dizendo que circulava na internet o texto que está escrito na minha apresentação como sendo de autoria de Mário Quintana, não levei a sério, para falar a verdade me senti até honrada, porém quando o senado federal divulgou no folder do Dia Nacional de Valorização da Pessoa com Deficiência escrevi uma mensagem para o Senador Flávio Arns, autor do projeto, pedindo que esclarecesse, mas não obtive resposta. Como o texto foi escrito no final de 1990, quando eu estava indo para o interior de Minas e Mário Quintana ainda era vivo, nem psicografado pode ter sido.
O que Faz Você Feliz?!...
Estava no Orkut, numa das comunidades que freqüento, quando me deparei com uma pergunta interessante: "O que faz você feliz?"
Havia várias respostas, listas de coisas legais, como andar na chuva, ver os filhos felizes, fazer caridade e por aí vai... Fiquei pensando o que seria a minha resposta.
Primeiro, acho que o que faz você feliz é querer estar feliz. É uma postura de vida. É uma decisão. Uma escolha que fazemos baseada na convicção de que somos espíritos feitos à semelhança de Deus, somos faíscas da luz do amor divino. Estar infeliz é negar a divindade que existe em nós. É acreditar que tudo isso existe ao acaso, sem nenhum objetivo, sem nenhuma participação da nossa consciência, do nosso espírito.
É claro que tudo isso é bonito de dizer e difícil de fazer... Eu mesma passei por períodos na minha vida de depressão profunda. Tomava medicamentos, mas minha alma estava doente. E é aqui que eu eu chego a minha resposta do que me faz feliz...
Quando me encontrava em depressão profunda, no mais profundo desespero, só havia uma coisa que me arrancava dessa escuridão: meus filhos. Ouvir a voz deles na casa, sentir seus passos pelo corredor me fazia reagir. Porque eles eram a prova de que o divino existia! Somente o amor divino poderia ter me presenteado com duas crianças tão meigas, tão doces, tão alegres...
Aqui está, portanto, a minha declaração de amor aos meus filhos, Marcos e Matheus... que eles saibam que foram eles que, em todos os momentos, inclusive nos mais negros da minha vida, me fizeram a mulher mais feliz do mundo!!!
Melodia do Meu Coração...

O amor nos toca a alma de várias formas diferentes...
Quando tocamos pela primeira vez num violão, só o que fazemos é barulho...
Com o tempo, vamos identificando a sonoridade que cada corda pode ter, a delicadeza de uma, a força de outra... Vamos combinando os sons delas e vão surgindo melodias...
Cada um dos meus relacionamentos me toca de forma diferente. As amizades, minha família, meus filhos, os homens que amei e o companheiro pelo qual anseio tocam cordas diferentes do meu ser... Cada uma tem a sua sonoridade... Cada som desperta em mim uma emoção singular...
E quando elas se combinam é a melodia do meu coração que escuto...
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Profundidade!
Eu quero profundidade...
Estou cansada do superficial!
As pessoas parecem que se acostumaram com os lugares-comuns... Repetem as mesmas idéias, os mesmos raciocínios rasos...
Têm medo de ir pouco mais além da mesmice... Têm medo de se destacarem na multidão, nem que seja um passo a mais do bando...
Eu quero profundidade! Ninguém pára mais pra ler um pouco, ver um pouco, pensar um pouco com sua própria cabeça?
Ouço somente a voz da mediocridade. Quero o denso, o difuso, o inimaginado...
Será que é tão difícil assim compreender que só se pode amar no profundo?
Que o amor não pode ser raso? Não pode ser superficial?
Não vou viver sentimentos medíocres!
Mesmo que pra isso precise ser uma voz sozinha no deserto.

Eu Não Sou Meu Corpo, Sou a Alma Eterna Que o Habita...

Mais uma vez meu corpo está a me pregar peças...
Mais uma vez remédios, cama, sonolência, fraqueza...
Mas aqui fica um recado pra ele, nas palavras de Krisna ditas a Arjuna, registradas há 3500 anos atrás no Baghavad Gita:
O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E, uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno – sempre ele mesmo é o Eu, a alma. (...)
Alguns conhecem o Eu como glorioso; alguns falam dele como glorioso; outros ouvem falar dele como glorioso; e outros, embora ouçam, nada compreendem.
Eterno e indestrutível é o Eu, que está sempre presente em cada ser. Por isto, ó Arjuna, não te entristeças com coisa alguma."
O que sou como Alma, independe do meu corpo. O Amor que sinto dentro de mim, a centelha divina que existe dentro de mim independe dele!
Minha Alma é gloriosa. Se está vinculada a um corpo debilitado, isto é apenas temporário!
E porque Ela é eterna, brilha e brilhará sempre com todo seu esplendor!
Essa sim sou EU!
Dor...

Quando nos deparamos com a nossa dor, há dois caminhos diante de nós:
No primeiro, nos lamentamos, culpamos a vida, os outros, nos imobilizamos pensando que a vida nos deve algo porque estamos sofrendo injustamente...
No segundo, aprendemos com a dor a olhar pro outro, a sermos solidários com a dor alheia, a sermos mais amorosos, mais compassivos, mais humanos...
domingo, 20 de julho de 2008
Para Uma Mulher de Verdade, Um Homem de Verdade...
Ressaltando cada vez mais em mim as minhas marcas de feminilidade. Cada dia me sinto mais consciente da minha condição de fêmea, das minhas necessidades de realização diante do masculino. Cada dia me sinto mais livre para expressar com meu corpo, com minha alma, com meu intelecto, essa minha forma particular de estar-no-mundo. Não me cabem mais as tantas máscaras sociais que vivem à nossa disposição para que evitemos viver em plenitude essa experiência.
Não as quero, nem delas tenho necessidade.
Meu rosto me é suficiente para dizer o que sinto, para expressar com verdade e honestidade a intereza dos meus sentimentos e das minhas emoções femininas. Sou uma mulher consciente do que lhe cabe como ser humano
e do que deseja como mulher.
Mas me deparo com uma profunda solidão... Posto que para uma mulher de verdade, é preciso um homem de verdade... Um homem que também se expresse já sem as máscaras, que se reconheça como ser humano e como masculino, pronto a viver essas emoções com honestidade.
Onde você está, homem de verdade?

Vamos Fugir?!
Perguntaram-me se eu pudesse fugir, para onde eu iria e por quanto tempo...
Pensei muito e aqui está minha resposta.
Muitas vezes já tive vontade de fugir...
Pensava exatamente em começar uma vida nova em outro lugar onde ninguém me conhecesse...
Hoje vejo que tudo isso era uma grande bobagem...
Havia problemas que eu devia resolver... Eu os resolvi e eles foram embora...
Havia problemas que necessitavam de tempo. O tempo passou e eles foram embora...
Havia problemas que não tinham solução... Então, fazer o quê?
Havia problemas que necessitavam do meu aprendizado para conviver com eles. Eu aprendi e eles não me incomodam mais...
Há os problemas que vão surgindo, mas agora vou procurando lidar com eles...
Viajar agora, só se for pra lugares lindos, conhecer pessoas legais, levando meus filhotes juntos, de preferência, e a cabeça leve pra curtir tudo isso...
Àqueles Que Falam de Mim...
TOCANDO EM FRENTE (Almir Sater e Renato Teixeira)
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz...


Cheirinho de terra molhada; o riso dos meus filhos, o papo fiado com as amigas...
Sentindo-me em paz, com a compreensão de que há momentos em que é preciso deixar com que as pessoas se envenenem com o próprio ódio, se assim o quiserem...
Eu?! Vou tocando em frente...
Há dias em que eu quero mudar pro desenho do Bambi!!!

Quero me mudar para o desenho do Bambi!
Preciso urgentemente de férias de gente!
Faz uma semana que as pessoas parece que enlouqueceram à minha volta...
Quero estar cercada de coelhos, esquilos e gambás inofensivos...
Não aguento mais olhar tantas caras lavadas e enxaguadas de gente que não só faz o que quer, diz o que quer,
mente quando quer quanto faz isso com a desfaçatez de quem é inocente. Inofensivos, todos eles...
Até tu, Brutus? teria dito Júlio César, enquanto era esfaqueado...
Mal sabia ele que, se fosse hoje, ele seria cortado em pedacinhos por toda a sua família, seus amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho...
A verdade é que hoje não estou conseguindo olhar as pessoas com compaixão.
O cinismo e a revolta tomaram conta de mim.
Talvez amanhã... Talvez daqui a alguns dias...
Eu queria estar só. Totalmente só.
Pois cada palavra trocada com outro ser humano hoje me é penosa.
Eu queria estar no desenho do Bambi...
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Amar é Libertar...

Quando se fala em dependência, normalmente pensamos na hora em "carência afetiva". Pensamos em quanto dependemos dos outros. Das pessoas que nos cercam. Acho que a questão aqui, pra mim, não é de dependência. Mas de LIBERDADE.
Minhas questões são outras:
Quanto de liberdade dou a quem amo? Amar é libertar. É não exigir.
Quanto de paz interior conquistei? Ser feliz é ser livre, livre do julgamento dos outros.
Somente somos felizes quando somos livres e deixamos quem amamos ser livres também. Porque, então, quando estivermos juntos, estaremos celebrando um momento de vontades sinceras do encontro.
Não Há Genética para o Espírito Humano...
VENCI MUITAS DIFICULDADES PARA CHEGAR ATÉ AQUI. UMA INFÂNCIA POBRE, PROBLEMAS FAMILIARES DE GRANDE ENVERGADURA, UMA DOENÇA CRÔNICA, RELACIONAMENTOS DESGASTANTES, ENTRE OUTROS OBSTÁCULOS. CADA UM DELES ME FEZ AINDA MAIS FORTE. TUDO QUE TENHO HOJE NÃO FOI ME DADO DE GRAÇA, NÃO FOI HERDADO, MAS FOI CONQUISTADO COM MEU ESFORÇO PESSOAL E MUITA LUTA E PAIXÃO. POR ISSO, QUE NINGUÉM ME SUBESTIME.
O TÍTULO DESTA REFLEXÃO É A FRASE DE DIVULGAÇÃO DO FILME “GATTACA”, DE ANDREW NICCO. NELE, EM DADO MOMENTO, DOIS IRMÃOS DISPUTAM PARA VER QUEM CHEGA MAIS LONGE A NADO NUM MAR REVOLTO. É UMA DISPUTA MUITO IMPORTANTE, UMA QUESTÃO DE VIDA OU MORTE. NO FINAL, VENCE O QUE, GENETICAMENTE, TINHA POUCAS CHANCES DE FAZÊ-LO. ELE EXPLICA O PORQUÊ. “PORQUE EU NÃO GUARDO ENERGIAS PARA A VOLTA...”
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Que as Máscaras Caiam...
Como eu queria o fim desse maldito baile de máscaras:
que as máscaras caíssem para que a mentira, a desonestidade e a ânsia pelo poder dessem lugar ao olho no olho, à palavra dita livremente, à liberdade;
que as máscaras caíssem para que o que se apresenta como belo e indispensável mostrasse sua inutilidade e o amor, a amizade, a compreensão, a solidariedade tomassem finalmente o seu lugar de direito;
que as máscaras caíssem para que, por trás de tantos medos, cada um de nós conseguisse olhar pra si mesmo e ver como é especial, único e lindo e perfeito em sua própria unicidade;
que as máscaras caíssem para que pudéssemos reconhecer no outro esse mesmo ser especial e único e que pudéssemos, assim, amar e respeitar toda a humanidade.
Coisas Que Não Tem Preço...


Acho de profundo mau gosto a mania que alguns meios de comunicação têm de espalhar textos em que buscam quantificar, colocar preços, dar valores em dinheiro ao que não pode ser quantificado monetariamente.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Eu, Don Quixote de La Mancha...

Desde hoje de manhã que estou com essas músicas, essas idéias, esse personagem na cabeça: Don Quixote de
Explico. Estava procurando o Cd Álibi da Maria Bethânia para comprar quando encontrei outro que também amo de paixão e ainda não tinha: Sonho Impossível. A canção título é uma versão feita por Chico Buarque e Ruy Guerra para a música "The Impossible Dream", música essa que faz parte do musical "Don Quixote de
As duas letras são maravilhosas... Só mesmo Chico Buarque pra fazer uma versão tão linda que ficamos na dúvida entre qual delas é mais expressiva...
Don Quixote de
Milhares de vezes em meu quarto quis ser tão corajosa como Don Quixote, outras tantas me senti tão solitária como ele... No dia de hoje, aqui estou novamente às voltas com meu próprio Don Quixote. dentro de mim...
The Impossible Dream
(letra de Joe Darion e música de Mitch Leigh)
To dream the impossible dream
To fight the unbeatable foe
To bear with unbearable sorrow
To run where the brave dare not go
To right the unrightable wrong
To love pure and chaste from afar
To try when your arms are too weary
The reach the unreachable star
This is my quest, to follow that star
No matter how hopeless,
No matter how far
To fight for the right
Without question or pause
To be willing to march into hell
For a heavenly cause
And I know if I'll only be true
To this glorious quest
That my heart will lie peaceful and calm
When I'm laid to my rest
And the world would be better for this
That one man scorned and covered with scars
Still strove with his last ounce of courage
To reach the unreachable star...
Sonho Impossível
(Chico Buarque e Ruy Guerra)
Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu deixei
Por meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão...
Nós, Seres Humanos...

“Eu sou mais as palavras honestas que as mentiras dos grandes amores,
melhor liberdade que fingir nas festas pequenos favores... (Aldir Blanc)
Tenho refletido muito a respeito de relacionamentos amorosos. Separada há pouco tempo, senti a necessidade de não só refletir a respeito do meu casamento terminado, mas também a respeito de novos relacionamentos que passaram a surgir como possibilidades. Inicialmente, via relacionamentos entre mulheres e homens em suas especificidades. Afinal, o homem é “assim”... a mulher é “assado"... O que se pode dizer ou não para um homem, ou para uma mulher, como seduzir, como manter um relacionamento, todas foram questões com as quais me deparei... No entanto, havia algo de radicalmente errado nessa perspectiva pra mim. Não queria fazer generalizações, não queria dissimular meus desejos, minhas necessidades, meus valores no sentido de “facilitar” o relacionamento, de “fisgar” o outro. Não queria participar dos jogos de sedução que, na maioria das vezes, se revelam jogos de dissimulação: finjo que sou o que não sou para que o outro se interesse por mim, e assim, traio a confiança do outro que, mais cedo ou mais tarde, se sentirá enganado/a. E traio também a mim mesmo porque quem recebe o amor do outro não sou eu, mas uma “persona” que construí para “fisgá-lo/a”.
Aos poucos, fui amadurecendo algumas idéias que decidi compartilhar com outras pessoas por meio desse texto. Comecei admitindo que ser homem e ser mulher são construções, papéis social e historicamente definidos numa relação que sempre foi de poder. Assim, se parto desse ponto, estarei sempre numa situação de “nós” e “eles” (ou “elas”), disputando o seu espaço, encarando o outro como um inimigo a ser conquistado. A palavra conquista, tão comum quando se fala em relacionamentos, já revela algo de inadequado: conquistar é dominar, vencer o outro, submetê-lo a nossa vontade, é lutar pelo poder. É esse o único tipo de “relacionamento” que pode se estabelecer entre homem e mulher? É esse tipo de relacionamento que quero pra mim? Vale a pena?
Em busca de uma alternativa, que tal partir de outra perspectiva: de nos vermos todos como “seres humanos”? Mas o que é ser humano? Há definições e debates o suficiente a respeito desse assunto e nenhum consenso. Opto, portanto, por uma das facetas da “humanidade” que me toca pessoalmente. Em um curta-metragem brasileiro chamado “Ilha das Flores” de Jorge Furtado, fartamente premiado internacionalmente, há uma reflexão interessante sobre o assunto. Em sua conclusão surge a opção por definir liberdade como condição inegociável para podermos nos dizer humanos. Assim, o que caracterizaria o ser humano é a liberdade. E, ao meu ver, o que determina nossa liberdade é a possibilidade de escolha. Sou livre quando posso escolher.
Amor só existe se temos liberdade de escolha. Casamos porque ambos escolhemos ser exclusivos, sermos fiéis? Caso um dos dois mude de idéia, deve dar ao outro a possibilidade de escolher se quer viver nessa nova condição ou não. “Ah, mas se eu contar, ele/ela não vai querer, vai me abandonar...” Então fingimos, dissimulamos, enganamos, esquecendo que quando retiramos do ser humano a sua possibilidade de escolha, desumanizamos o outro, escravizamos o outro. Estabelecemos uma relação de poder e matamos o amor.
E, aqui, destaco que estamos falando de direitos fundamentais dos seres humanos, sejam eles homens ou mulheres. Se uma mulher engravida deliberadamente de um homem sem que ele queira, retira dele o direito de escolher entre ser pai ou não. Se um homem busca um relacionamento meramente sexual, mas age como se pretendesse manter um relacionamento mais profundo, dissimula, não respeita o direito que a mulher tem de escolher entre manter esse tipo de relacionamento ou não.
Para começar, sejamos honestos conosco mesmos: pensamos e agimos baseados na idéia de que se eu disser a verdade ele ou ela vai discutir, “criar caso”, me desprezar ou até me abandonar, portanto, precisamos omitir, enganar, dissimular. Traímos o outro com pequenas e grandes mentiras que achamos que temos o direito de dizer para mascararmos nossas escolhas e impedir que o outro faça as suas. Então, que fique claro que desumanizamos nosso companheiro/a, transformamos o outro em “coisa a ser retida”, impomos nossos desejos e vontades.
Daí, casamento significa prisão para muitos, falta de liberdade, já que temos que ceder aos desejos do outro... Analisemos um pouco essa questão. Num contexto de sinceridade, respeito e honestidade de um para com o outro e, portanto, se sabemos em que situação nos encontramos e quais são nossas opções, podemos e devemos assumir a responsabilidade de nossas escolhas. Desse modo, se me casei dizendo que gostaria de ter filhos, mas, passados alguns anos, chego a conclusão de que não os quero, devo dizer isso honestamente ao meu companheiro/a para que ele/ela tenha o direito de escolher se quer permanecer comigo mesmo assim, e abrir mão de seu desejo, ou não. Mas, que fique claro, se ele/ela resolve ficar comigo apesar de minha decisão, deve lembrar que também fez uma escolha, já que fui honesto/a e respeitei seu direito de optar.
Quantas vezes no final de um relacionamento um dos dois fala: “Eu deixei de fazer isso por sua causa!” E ouve de volta: “Quem disse a você que eu queria que você abrisse mão disso?” Nos dividimos entre algozes e vítimas daqueles a quem nos propomos amar, esquecendo que fazer escolhas supõe assumir as responsabilidades e as conseqüências delas. Sem esquecer que cobranças são filhas do que prometemos ou fingimos oferecer, mas não pretendemos cumprir, ou ainda do que o outro esperava de nós, mas não nos disse honestamente para que pudéssemos avaliar se queremos ou podemos corresponder.
Pois é... Que tal enterramos definitivamente expressões e lugares comuns nos nossos relacionamentos tais como: “Você está me sufocando...; “Se você me amasse, você não agiria assim...”; “Eu não permito que você faça isso...”; “O que os olhos não vêem, o coração não sente...”; “Foi só sexo, mas eu amo é você...”; O que custa você fazer isso por mim?...” e tantas outras frases desonestas, que visam apenas manipular o parceiro/a, fazer com que ele faça o que queremos, sem direito a escolha...
Sou um ser humano. Quero respeito e honestidade. Quero poder ser sincera e direta com os homens e espero que eles sejam sinceros comigo. Que nós possamos fazer nossas escolhas todos os dias... Assim, fazendo sexo ou dormindo junto, que o outro possa ter a certeza de que se estou ali é porque realmente quero estar; indo ao cinema ou a uma festa acompanhada ou sozinha, que o outro possa ter a certeza de que saí, mas vou voltar, porque eu disse, e mais importante, porque eu quero voltar...
Enfim, meu sonho é poder ter um relacionamento em que confiar não seja “coisa de gente tola e ingênua, que não sabe nada da vida...”, que confiança não seja mais uma palavra vazia, mas cheia de significados: fruto do respeito, da honestidade e da amizade, da compreensão e do amor que dedicamos ao outro...