

Acho de profundo mau gosto a mania que alguns meios de comunicação têm de espalhar textos em que buscam quantificar, colocar preços, dar valores em dinheiro ao que não pode ser quantificado monetariamente.
Uma das mais freqüentes é quanto custa ter um filho. Que coisa mais esquisita! Como se alguém tivesse um filho como investimento... Não consigo bem explicar quais os sentimentos que me despertam esse tipo de abordagem, mas sempre que a ouço me sinto imensamente deslocada...
Há alguns meses atrás, eu estava triste. Havia sofrido uma decepção muito grande com uma pessoa e me sentia deprimida. Fechei a porta do meu quarto, apaguei a luz e deitei-me na minha cama. Meu filho de oito anos, Marcos, entrou e me perguntou o que eu estava fazendo ali. Disse a ele que estava triste. Ele me perguntou se podia deitar-se comigo um pouco. Respondi que sim. Ele, então, deitou debaixo das cobertas, junto comigo.
Eu sabia que ele estava ali porque eu havia dito que estava triste e fiquei com pena dele. Sugeri então que ele pegasse um dos desenhos que ele gosta de assistir e assistiríamos juntos deitados debaixo das cobertas.
Ele correu até seu quarto, que fica ao lado do meu. Lá encontrou meu outro filho, Matheus, de 12 anos. Este perguntou aonde o irmão ia. Marcos respondeu que ia ver um filme comigo pra me fazer companhia porque eu estava triste e correu para o meu quarto. Mal havia ele colocado o filme no aparelho de DVD e Matheus chegava pra assistir o filme também, dividindo as cobertas conosco.
Quando acabou o filme, levantamos e fomos lanchar na sala. Meus filhos me cercaram de amor aquela tarde...
E amor não tem e nunca terá preço...
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