sábado, 23 de fevereiro de 2013

Tutoria on-line: o papel do feedback no processo de aprendizagem




Inicialmente, penso que é preciso tecer algumas considerações sobre a atuação do tutor on-line, aquele que acompanha as atividades do aluno por meio de interações mediadas por tecnologias de informação e comunicação.

Atualmente, vários autores que pesquisam sobre a Educação a Distância destacam que é função do tutor on-line atuar no sentido de que o processo de ensino-aprendizagem ocorra dentro de um contexto que garanta comunicação e interação de qualidade. O que significa isso?

Isso significa que o tutor on-line precisa ter competência comunicativa. Para pensar um pouco essa questão, parto dos elementos básicos da comunicação, que fundamentam o estudo das funções da linguagem propostas por Roman Jakobson em sua obra seminal “Linguística e Comunicação”, conforme imagem abaixo.




A questão passa a ser a seguinte: O que é necessário para que o tutor on-line tenha êxito em seu trabalho?

Acredito que há questões diretamente ligadas ao próprio tutor. Ele precisa ter competência tecnológica, dominando a tecnologia utilizada como canal para sua comunicação (no caso o computador e, mas especificamente, o ambiente virtual de aprendizagem utilizado). Ele precisa também ter competência técnico-pedagógica, dominando os conteúdos da disciplina com a qual trabalhará com os alunos. E ainda precisa ter competência do âmbito pessoal e transpessoal, sendo capaz de desenvolver suas atividades com autodisciplina, planejamento e organização, o que permitirá que ele mantenha contato frequente com os alunos e, além disso, ser capaz também de interagir com o aluno de forma a encorajá-lo ao compartilhamento e à construção do conhecimento, de forma empática, mantendo um ambiente de respeito e de calor humano.

Além dessas questões diretamente ligadas ao perfil do tutor, há outros fatores sobre controle do emissor que o tutor deve considerar: ele precisa levar em conta a qualidade do canal (nesse caso, a qualidade da conexão e a existência de polos em que os alunos possam acessar o ambiente virtual de aprendizagem, por exemplo); precisa também garantir a qualidade da mensagem que deve ser clara e objetiva, mas que deve também ser gentil e respeitosa, buscando estabelecer vínculos de confiança e de pertencimento entre tutor e aluno; utilizar-se corretamente do código, no caso, a língua portuguesa e, ainda, buscar conhecer os alunos e entender em que contexto ele estão inseridos, no sentido de adequar sua mensagem aos seus alunos.

Conhecer os alunos é um procedimento que merece destaque, pois as dificuldades de expressão e compreensão dos alunos pode ser um obstáculo que precisará ser superado pelo tutor para que sua comunicação surta o efeito esperado.

Ao receptor, no caso, ao aluno, cabe decodificar a mensagem dentro dos parâmetros propostos e, a partir dessa decodificação, retomar a comunicação proporcionando um feedback, que corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor. O processo comunicativo pressupõe, portanto, o feedback como uma forma de “checagem” quanto ao resultado da comunicação realizada e a presença ou não de ruídos que interferem na correta recepção da mensagem.

Assim, levando em conta as considerações feitas a respeito do processo comunicativo, é fundamental que, na interação entre tutor e aluno, tanto os alunos quanto os tutores estejam empenhados em garantir que o outro receba seu feedback no sentido de evidenciar possíveis distorções ou inadequações da mensagem. O tutor on-line necessita intervir no processo de ensino-aprendizagem constantemente, proporcionando ao aluno esclarecimentos e incentivando o aprofundamento e a correção de possíveis distorções encontradas no material produzido pelo aluno, seja na intervenção nos fóruns ou na realização de tarefas. Já o aluno deve se utilizar do fórum de dúvidas e das mensagens pessoais, entre outros recursos, para esclarecer quaisquer informações que não tenham sido corretamente compreendidas ou para solicitar colaboração ou diretrizes na realização das suas intervenções.




4 comentários:

Nilma Costa disse...

Ótimo texto, Stella, bem didático. Também amei as figuras.
Um abraço,
Nilma

Profesor Paulo Cezar disse...

Excelente texto Stella! Parabéns!

rosadaserra disse...

Bom dia,Stella!

Seu blog é simplesmente, perfeito.
Deliciei-me com as publicações, com o layout.

Seu comentário acerca da importância do feeback é excelente. Claro, objetivo, didático, com uma linguagem humanizada e ao mesmo tempo didática.

Esta troca de saberes é fundamental para nosso aprimoramento enquanto professor-tutor. Tenho aprendido muito com você.

Abraço afetuoso, Rosa Maria

Lady Starlight disse...

Obrigada pelo feedback, Nilma, Paulo e Rosa! Estou achando muito enriquecedora essa experiência de interação entre nós, cursistas! Abraço,
Stella