
Acabo de ler uma entrevista na "Revista Isto É" dessa semana que achei muito interessante e recomendo a todos: Hermano Tavares, psiquiatra, médico do hospital das Clínicas em São Paulo fala de uma nova abordagem no campo da psiquiatria, a Psiquiatria Positiva. Essa entrevista pode ser lida na íntegra no site da "Isto É": http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2022/artigo97775-3.htm
Dois trechos me chamaram especialmente a atenção, os quais reproduzo aqui:
"Um estudo conduzido pela USP na Grande São Paulo mostrou que 48% da população teve um diagnóstico psiquiátrico ao longo da vida. É o habitual em qualquer grande centro urbano. Inclui tabagismo, alcoolismo, depressão e ansiedade. Depois, vem compulsão por jogo, transtornos alimentares, esquizofrenia, entre outros."
Quantas pessoas a serem discriminadas por terem ido ao Psiquiatra, por serem "malucas", por serem" desajustadas"... Muitas vezes me pergunto quanto tempo ainda será necessário para que as pessoas compreendam que qualquer um está sujeito a, pelo menos um momento na vida, precisar de ajuda médica para superar distúrbios neurológicos e/ou neuroquímicos, como é o caso da depressão, bipolaridade, esquizofrenia e outras tantas patologias, sem que isso as desqualifique como seres humanos responsáveis e capazes?
"Temos tratamentos com antidepressivos (que são antidepressão), com ansiolíticos (que são antiansiedade) e com antipsicóticos (que são antipsicose). Mas combater a psicose não garante a racionalidade. O tratamento ideal é antidepressivo e pró-felicidade, ansiolítico e pró-serenidade e antipsicose e pró-racionalidade."
Mais do que somente medicação, quem vai a um psiquiatra precisa de clareza quanto à razão de sua doença e a necessidade de de mudar seu estilo de vida, sua visão de mundo... E devia ser o psiquiatra o primeiro a ter essa consciência...
Um comentário:
Adorei a matéria!
Infelizmente a ignorancia acaba dificultando a vida das pessoas que necessitam de um tratamento psiquiatrico. A pessoa acaba se vendo abalada não só no meio social como também ferida em sua dignidade de pessoa humana. Uma pessoa que como outra qualquer! como qualquer uma que sofra de uma diabetes, alergia ou má cirulação. É apenas um tratamento como outro qualquer. Eu mesma nunca me submeti a algum tratamento psiquiátrico embora ja tenha visitado um por receio de sofrer de uma depressão química,felizmente era uma infelicidade passageira que havia me arrebatado a uma profunda tristeza que depois de muitos agentes internos e externos conseguiram me remover daquela situação.
Mas é necessário que as pessoas larguem essa mania de pensar que quem faz análise ou necessitam de um tratamento psiquiátrico tenham de carregar o estigma de louco. Essas pessoas sim é que têm miolo mole :)
Izabel Bento
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