Inicialmente, penso que é preciso tecer
algumas considerações sobre a atuação do tutor on-line, aquele que acompanha as
atividades do aluno por meio de interações mediadas por tecnologias de
informação e comunicação.
Atualmente, vários autores que
pesquisam sobre a Educação a Distância destacam que é função do tutor on-line atuar
no sentido de que o processo de ensino-aprendizagem ocorra dentro de um
contexto que garanta comunicação e interação de qualidade. O que significa isso?
Isso significa que o tutor on-line
precisa ter competência comunicativa. Para pensar um pouco essa questão, parto
dos elementos básicos da comunicação, que fundamentam o estudo das funções da linguagem
propostas por Roman Jakobson em sua obra seminal “Linguística e Comunicação”, conforme imagem abaixo.
A questão passa a ser a seguinte: O que é
necessário para que o tutor on-line tenha êxito em seu trabalho?
Acredito que há questões diretamente
ligadas ao próprio tutor. Ele precisa ter competência tecnológica, dominando a
tecnologia utilizada como canal para sua comunicação (no caso o computador e,
mas especificamente, o ambiente virtual de aprendizagem utilizado). Ele precisa
também ter competência técnico-pedagógica, dominando os conteúdos da disciplina
com a qual trabalhará com os alunos. E ainda precisa ter competência do âmbito
pessoal e transpessoal, sendo capaz de desenvolver suas atividades com autodisciplina,
planejamento e organização, o que permitirá que ele mantenha contato frequente com
os alunos e, além disso, ser capaz também de interagir com o aluno de forma a encorajá-lo
ao compartilhamento e à construção do conhecimento, de forma empática, mantendo
um ambiente de respeito e de calor humano.
Além dessas questões diretamente
ligadas ao perfil do tutor, há outros fatores sobre controle do emissor que o tutor deve considerar: ele precisa
levar em conta a qualidade do canal (nesse caso, a qualidade da conexão e a
existência de polos em que os alunos possam acessar o ambiente virtual de
aprendizagem, por exemplo); precisa também garantir a qualidade da mensagem que
deve ser clara e objetiva, mas que deve também ser gentil e respeitosa,
buscando estabelecer vínculos de confiança e de pertencimento entre tutor e
aluno; utilizar-se corretamente do código, no caso, a língua portuguesa e,
ainda, buscar conhecer os alunos e entender em que contexto ele estão inseridos,
no sentido de adequar sua mensagem aos seus alunos.
Conhecer os alunos é um
procedimento que merece destaque, pois as dificuldades de expressão e
compreensão dos alunos pode ser um obstáculo que precisará ser superado pelo
tutor para que sua comunicação surta o efeito esperado.
Ao receptor, no caso, ao aluno, cabe
decodificar a mensagem dentro dos parâmetros propostos e, a partir dessa
decodificação, retomar a comunicação proporcionando um feedback, que corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor. O processo comunicativo pressupõe, portanto, o feedback como uma forma
de “checagem” quanto ao resultado da comunicação realizada e a presença ou não de ruídos que interferem na correta recepção da mensagem.

Quer saber mais? Leia em O Desafio de uma Interação de Qualidade na Educação a Distância